sábado, 9 de abril de 2011

Professores do Estado resistem às ameaças de Roseana Sarney e Olga Simões e deliberam pela continuidade da greve


Foi emocionante! Esse foi o sentimento que tomou conta dos mais de dois mil professores presente na assembléia da categoria realizada pelo SINPROESEMMA na tarde de ontem (07/03) no auditório do FETIEMA. De fato, a decisão de manutenção da greve, transcorridos 38 dias após sua deflagração, foi um ato de coragem e, sobretudo, uma demonstração de amadurecimento político de uma das mais aguerridas categorias de servidores públicos do Brasil.

O governo Roseana deu um tiro no pé. Acreditava equivocadamente que a categoria recuaria após a manutenção do julgamento da ilegalidade da greve. Também não bastou o criminoso bombardeio da mídia sarneísta e o assédio moral dos diretores de escolas contra os professores em greve. Nem mesmo a nota lançada na imprensa pela secretária de Educação Olga Simão ameaçando exonerar professores surtiu o efeito esperado. As mais diferentes correntes politicas organizadas no interior da categoria expressaram, em suas falas, o desejo pelo fortalecimento da unidade do movimento grevista.

Nós da CSP Conlutas também manifestamos essa necessidade, sem, contudo, abrir mão de nossas posições politicas, sobretudo no que se refere à necessidade de ampliar a COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO e construção imediata do COMANDO DE BASE. Também salientamos que a direção do SINPROESEMMA (PC do B/ CTB) deve promover urgentemente um debate sobre o Estatuto do Educador, pois dentre outros pontos críticos, somos completamente contra a Avaliação de Desempenho baseada em critérios produtivistas e meritocráticos que o BANCO MUNDIAL e o governo Dilma impõem e os companheiros da direção do Sindicato, equivocadamente, defendem.

Nesse debate, reafirmamos que o inimigo maior da categoria é o governo do Estado, contra o qual devemos concentrar todas as nossas forças. Para reforçar essa posição distribuímos um panfleto intitulado “Dez Motivos Para Manter a Greve”

UMA PASSETA SURPRESA EM UM DIA VITORIOSO

Reoxigenados pelas intervenções e indignados pela postura autoritária do governo (PMDB/PT) que até então se negava a negociar com a categoria, os professores decidiram, por consenso, sair em caminhada em direção à Secretaria de Educação do Estado.  O governo, que acreditava no fim da greve, foi pego de surpresa com a chegada da “multidão enfurecida”. Não havia alternativa a não ser receber a COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO.

Outra conquista da categoria foi o recuo da direção do SINPROESEMMA em acatar a exigência da base em incluir membros da oposição na COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO, inclusive da CSP-CONLUTAS. É certo que não houve avanço nas negociações, pois o governo impõe que só negocia com o fim da greve, mas a categoria ratificou que só sai da greve com o atendimento da pauta de reivindicação.

A verdade é que, por meio da pressão que veio da assembléia e das ruas, o governo desconstruiu seu próprio discurso de que não sentaria com o movimento por que o mesmo era ilegal. Um precedente foi aberto.

NENHUMA CONFIAÇA NO JUDICIÁRIO, AS RUAS É NOSSA TRINCHEIRA MAIS SEGURA

Os professores da CSP-CONLUTAS alertaram a categoria de que não devemos depositar nenhuma confiança no judiciário que tem criminalizado o direito de greve em todo o território nacional e, sobretudo, no Maranhão onde a maioria dos juízes atua como “vassalos de toga”’ do grupo Sarney. Todas as últimas greves de professores da rede estadual e da municipal, foram consideradas ilegais, inclusive a histórica greve de mais de 100 dias em 2007 contra a “lei do Cão”, do então governador Jackson Lago do PDT.

Criticamos também como absurda a decisão do desembargador Marcelo Carvalho Filho em enquadrar a educação pública na Lei 7.783/89, exigindo a manutenção de 30% dos serviços funcionando. Isso evidencia que a decisão pela ilegalidade da greve foi notadamente política.

A lição que fica é que foi com professores nas ruas que arrancamos a primeira reunião negocial com o governo Roseana e será nas ruas que a categoria dobrará Olga Simão, Roseana Sarney e o próprio judiciário subserviente.

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