terça-feira, 26 de abril de 2011

Confira como será o Dia Nacional de Mobilização (28 de abril) no Maranhão

Confira a programação do dia 28 de abril no Maranhão que terá além das mobilizações das categorias pela manhã um ato contra o Governo Roseana Sarney e em apoio à greve dos professores a partir das 15 horas na Praça Deodoro.


Sinasefe Campus Maracanã
Dia 28/04
Manhã - Café da Manhã e Caminhada no Campus
10:00h - Debate
Tarde - 15h Concentração na Praça Deodoro


Sinasefe Campus Monte Castelo
Manhã - Paralização com ato e panfletagem
Tarde - 15h Concentração na Praça Deodoro


Sintrajufe
27/04 - Paralização de 24hs
28/04 - Concentração na Praça Deodoro


APRUMA
27/04 - Manhã - 06h Panfletagem em frente ao Campus da UFMA
11hs - Panfletagem na Area de Vivência- Campus do Bacanga - UFMA


ANEL
27/04 - 11hs Panfletagem no RU da UFMA
28/04
Manhã - 08hs Panfletagem no IFMA Monte Castelo (antigo CEFET)
Tarde - 15h Concentração na Praça Deodoro


Bancários
28/04
Manhã - Retardamento da abertura de agências bancárias no centro da cidade
Tarde - 15h Concentração na Praça Deodoro


CSP Conlutas Maranhão



Professores ocupam Secretaria de Educação para pressionar por negociação

O 57º dia da greve dos educadores do Maranhão foi mais um dia de muita luta e garra da categoria. Após marchar em protesto para a Secretaria de Educação e não serem recebidos pela secretária Olga Simão, os professores decidiram ocupar as dependências da Secretaria.


Mais uma vez o governo demonstrou o descaso com a paralisação e desmarcou na última hora a reunião que teria com o comando de greve na tarde desta terça feira (26). A marcha que contou com centenas de professores ao final definiu pela ocupação da Secretaria até que sejam recebidos para discutir as reivindicações.


Apesar do protesto pacífico da categoria, a tropa de choque da Polícia Militar foi chamada numa clara tentativa de criminalizar o movimento. Roseana e Olga, lutar não é crime! Vamos cercar de apoio e solidariedade os professores em greve contra o sucateamento da educação do Maranhão. Diversas entidades já marcaram presença na ocupação demonstrando seu apoio, como a CSP Conlutas, sindicatos filiados e ANEL.


É uma vergonha ver um governo do PT atacando os trabalhadores da educação e ao mesmo tempo a CUT fazer de conta que nada está acontecendo. A ocupação da Secretaria já garantiu uma reunião do comando de base com o vice-governador Washington Luís (PT) amanhã (quarta-feira) para encontrar uma solução para o impasse. Enquanto isso, os professores continuam em vigília no prédio da Secretaria.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

28 de Abril em São Luís

A CSP-Conlutas, sindicatos filiados e movimentos popular e estudantil conclamam a população de São Luís a sair às ruas no próximo dia 28 de abril (quinta-feira) para protestar contra as péssimas condições de vida e exigir dos governos federal, estadual e municipal, políticas efetivas voltadas para melhoria das condições de vida do povo.

Esse protesto é necessário porque o que temos visto é que todos os governantes, inclusive Lula e Dilma, infelizmente, tem reservado todos os privilégios para seus parceiros: os empresários, fazendeiros, latifundiários, banqueiros, além do capital estrangeiro, que se locupletam do trabalho e suor do nosso povo, ficando cada dia mais ricos. Do outro lado, encontram-se as famílias trabalhadoras, pobres que são submetidas aos baixos salários, a humilhação e a opressão. Enquanto a presidente Dilma aumentou o seu salário em 132% e os deputados em 65%, o salário mínimo foi em 30,00, passando de 510,00 para 545,00. Uma vergonha! Como viver com esse salário e ao mesmo tempo com o aumento de todas as tarifas e impostos, além do aumento absurdo dos preços dos alimentos?

No Maranhão, a situação é muito grave. Um Estado rico, com muitas terras, muitos rios, muitas chuvas e um povo trabalhador e lutador. No entanto, ocupa os últimos lugares em Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), quer dizer, o povo maranhense vive muito mal, muitos maranhenses estão condenados a viverem na miséria, 21% saem do Estado em busca de vida melhor. Enquanto isso, desde 1966 está no poder uma oligarquia sanguessuga que se apropria da riqueza do povo maranhense. Estão riquíssimos. Roseana Sarney é a 2ª governadora mais rica do Brasil. Não podemos aceitar essa situação!

No seu 4º mandato, onde prometeu realizar o “melhor governo de sua vida”, porém assistimos grassar todos os tipos de desmandos: Corrupção no INCRA, vergonhosamente dirigentes deste Instituto apropriam-se dos recursos de construção de casas, de escolas, de postos de saúde, roubam o sonho das famílias dos assentamentos. Escândalo da FAPEMA, desviam recursos públicos destinados à Pesquisa Científica para beneficiar seus aliados políticos. Assassinatos e impunidade no campo, a exemplo do quilombola Flaviano Pinto Neto, da comunidade do Charco – São Vicente de Férrer e várias outras comunidades, principalmente na Baixada Maranhense.

Exigimos políticas públicas de qualidade que atendam efetivamente às necessidades do povo maranhense. Continuamos padecendo nos poucos hospitais públicos, mal equipados. Onde estão os 72 hospitais prometidos em campanha? Nossos filhos continuam em escolas precárias, inadequadas e insuficientes e os educadores mal pagos. O que faz a governadora diante da luta legítima, constitucional dos professores que, em greve, reivindicam a valorização do trabalho docente e Educação de Qualidade, salários dignos, aprovação do Estatuto do Educador sem a famigerada avaliação de desempenho? Perseguição, Criminalização nunca vistas antes na história dessa categoria, através sua mídia, da influência que possui no Judiciário, assédio moral vergonhoso nas escolas transformando diretores em “cães de guarda” da governadora, colocando agentes repressores da secretaria de educação para humilhar e perseguir educadores. Isto é inaceitável! Apoiamos a luta dos Educadores e sua justa pauta de reivindicações.

No âmbito de Município o maranhense mais desavisado percebe o caos em que vive a Cidade de São Luís sob comando do político reacionário e corrupto João Castelo. Ruas e avenidas esburacadas, quase intrafegáveis, superlotação dos ônibus, passagem das mais caras do Brasil para uma população em que 70% vivem com menos de 2 salários mínimos. Não é à toa que a população tem feito protestos nos famigerados terminais de integração. Falta de saneamento básico, comunidades inteiras sem acesso à água para suas mínimas necessidades, violência, carestia, falta de segurança, crianças sem escolas como tem denunciado sistematicamente os Conselhos Tutelares.

Basta! O povo maranhense não suporta mais!

Conclamamos as Comunidades, os Educadores, o funcionalismo público federal, estadual e municipal, os operários da construção civil, os metalúrgicos, a juventude, os estudantes, as donas de casa, todos os que sofrem sob os desmandos de Dilma, Roseana Sarney e João Castelo, para juntarem suas vozes num protesto que faça ecoar nossas reivindicações.

Por Saúde, Emprego, Salário Digno, Educação, Terra! Fora Roseana Sarney!

Dia 28 de abril - Concentração às 15 horas, na Praça Deodoro, seguida de caminhada e manifestação em frente ao Palácio dos Leões e Prefeitura de São Luís.

VENHA FAZER VALER SUA VOZ!
UNIDOS SOMOS FORTES!
PARTICIPE!

Continuidade da greve é reafirmada e governo recua



Ontem (19/04) foi realizada mais uma assembleia dos professores do Estado do Maranhão. O clima era de apreensão em razão do terror instalado nas escolas e a ameaça de devoluçãode grevistas e dos descontos dos dias parados. Porém, a indignação e a disposição para prosseguir na luta superou o medo. A continuidade da greve foi aprovada por unanimidade. Os militantes da CSP- CONLUTAS, MRP e da própria direção do SINPROESEMMA reafirmaram que, apesar da “guerra desigual”, a única forma de dobrar o governo será nas ruas. A CSP- CONLUTAS e o MRP salientaram que a unidade da categoria deve ser mantida e fortalecida até o final, mas que essa iniciativa deveria ser tomada pela direção do SIMPROESEMMA desde o inicio da greve, bem como a radicalização que ganhou o movimento nos últimos dias. 

 A vitória com a aprovação da lei do piso no STF e eminência da queda de Olga Simão da secretaria de educação contribuiu para reoxigenar a categoria. Há também uma grande expectativa em torno do dia 28, dia de paralização nacional contra os ataques de Dilma aos trabalhadores que no Maranhão se transformará também num dia de luta pelo “Fora Sarney”. Logo após a assembleia, os professores saíram em caminhada até a SEEDUC onde foram recebidos pelo subsecretário Fernando Silva . Encurralado, o mesmo ligou para Olga Simão que se encontrava em Brasília em reunião com ministro da educação Fernando Haddad. Diante da surpresa da continuidade da greve, a secretária sentiu-se obrigada a agendar uma reunião com a categoria para a próxima terça-feira. Comprometeu-se ainda em rever os corte de ponto e relocação dos professores devolvidos para as suas escolas de origem. 

Paralelo a esse acontecimento, os professores do município de Codó, que haviam retornado compulsoriamente às escolas, resolveram paralisar novamente as aulas e realizar um ato naquela cidade. Um professor representante da regional de Imperatriz informou que a categoria daquela cidade está com suas aulas paralisadas em torno de 90% e que esperavam ansiosos a decisão da regional de São Luís. Uma concentração está maraca para próxima segunda-feira (25/04) em frente à biblioteca pública as 7:00h da manhã para realizar blitz em algumas escolas e na sequencia uma caminhada em direção ao Palácio dos Leões. A categoria está consciente de que somente radicalizando as ações do movimento a vitória será possível. Agora é o governo que está acuado pela lei do piso e pelo grande ato “FORA HONORAVEIS BANDIDOS” que acontecerá no dia 28 de abril. Mais do que nunca nossa vitória será uma questão de tempo e de mobilização da categoria.

PARABÉNS BRAVA E RESISTENTE COMPANHEIRADA!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Preparar o 28 de Abril: dia nacional de mobilização. CONVITE!!

O dia de luta dos servidores públicos federais foi um sucesso e forçou o governo a retomar as negociações. Mas isto não basta. Agora, os servidores e trabalhadores em geral devem mostrar sua força para efetivamente conquistar suas reivindicações.

Por isso, o dia 28 de abril é tão importante. Nesta data, Dia Nacional de Mobilização nos estados, é necessário que além dos servidores públicos federais, que estão em campanha salarial, os trabalhadores em geral façam algum tipo de protesto.

Afinal, as nossas bandeiras de luta são muitas:

- Redução e congelamento dos preços;
- Aumento geral dos salários e das aposentadorias;
- Direitos sociais e trabalhistas;
- Valorização dos serviços e dos servidores públicos;
- Transporte público, de qualidade e não aumento das tarifas;
- Moradia digna para os trabalhadores;
- Não ao pagamento da dívida pública.

Convidamos tod@s para uma reunião cujo objetivo é debater esta questão, visando avançar na construção de um dia nacional de lutas e paralisações nos estados capaz de unir e fortalecer os trabalhadores na luta em defesa de seus direitos e interesses. 

Portanto, convidamos para uma reunião conjunta a realizar-se no dia 19 de abril de 2011 (terça-feira) a partir das 19 horas, na sede do Sindicato dos Bancários – Rua do Sol, 413/417 Centro.


Secretaria Executiva da CSP Conlutas Maranhão

domingo, 17 de abril de 2011

A caneta de sangue de Roseana Sarney e o sangue de luta dos professores *


Gramsci e tantos outros “intelectuais militantes” diziam que a dominação de classe no capitalismo se dá por consenso/convencimento ou por coerção/repressão.Quando a primeira alternativa falha, entra em cena a segunda. Os métodos utilizados pela governadora Roseana Sarney e sua Secretária de Educação Olga Simão contra os professores em greve no Estado do Maranhão confirmam essa máxima marxista. Eu mesmo tive oportunidade de participar de uma reunião na escola em que leciono com a então recém-empossada secretária de Educação. A leveza na fala e a atenção dispensada às angústias e denúncias dos professores impressionavam. Para alguns desavisados a postura dessa senhora era digna de auréolas. Pura impressão! Bastou iniciar a greve para a essência se sobrepor à aparência. O governo Roseana (PMDB/PT) resgatara sua fisionomiamais draconiana. Em primeiro lugar, assistimos a uma avalanche de notas distorcidas na imprensa que colocava os professores em condição de mercenários. Diziam que recebíamos o melhor salário do Brasil e que queríamos prejudicar os estudantes. Para isso, comparavam o salário de professores com nível superior e mais de 20 anos de sofrida docência no Estado do Maranhão com companheiros com nível médio em início de carreira em outros estados. A oligarquia Sarney usava a TV Mirante como “escudo” da juventude pobre do Maranhão e perguntava: a quem interessa essa greve? Mas,o pé do governo sangrou, o tiro saiu pela culatra e atingiu seu calcanhar de Aquiles. Erraram por atacar o conjunto da categoria, grevistas e não grevistas; assanharam a categoria, as escolas foram silenciadas e o movimento ensurdeceu as ruas. A tática do convencimento de Roseana mostrava seus limites e debilidades; a “caneta” precisava sangrar em favor da repressão.

A primeira canetada de Roseana Sarney foi para financiar entidades estudantis que emergiam do submundo das escolas para tentar atacar moral e fisicamente professores. O subserviente deputado Roberto Costa (PMDB) aparece em fotos junto com “estudantes” em manifestação contra a greve em frente à sede do sindicato. Ao seu lado, um carro de placa branca do governo do Estado “alimentava” os jovens com panfletos, água e lanches. Houve tentativa de invasão da sede do sindicato. A segunda canetada repressiva do governo partiu do judiciário. Só para lembrar Gramsci, é na esfera político-jurídica que se encontra o “punho de aço” do Estado. Ou seja, é onde se concentra a repressão. O desembargador Marcelo Carvalho Filho julgava a greve ilegal, com base em argumentos pra lá de inescrupulusos. Engana-se quem pensa que esse senhor tomou uma decisão judicialmente equivocada. Pelo contrário, a decisão foi política. Considerar que greve na educação coloca a vida dos indivíduos em risco de morte enquadrando-a na Lei 7.783/89 é um ato que, se vivêssemos de fato numa democracia, seria suficiente para arrancar a toga e cassar o diploma desse senhor. Mas, como já afirmamos, essa foi uma decisão politicamente correta no universo de injustiças que sustenta o grupo Sarney. O mesmo ato judicialmente insano foi praticado no STF pelo ministro Ricardo Lewandowski, que negou prosseguimento ao pedido do sindicato. Uma grave demonstração de que as garras do grupo Sarney estão fincadas no conjunto das instituições do Estado brasileiro e não apenas do Maranhão. Aqueles educadores que alimentavam ilusões no judiciário e na democracia burguesa foram obrigados a rever suas posições. Com tanto descalabro, o sangue da categoria ferveu e o pulso bateu mais forte. Roseana Sarney apostava suas fichas no STF, mas a categoria apostou nas mobilizações.

A continuidade da greve foi ratificada em assembléia no dia 07 de abril com cerca de 3 mil professores. O governo de Roseana entrava em um frenético desespero. No dia seguinte (sexta-feira) realizaram uma reunião com a susserania do governo e no sábado com dezenas de diretores de escolas. O governo exigia dos seus vassalos fidelidade plena. Uma onda de terror tomou conta da educação pública do Maranhão. Eram telefonemas e mais telefonemas aos professores. Especialmente aos contratados e recém-nomeados, ameaçando-os de devolução ou mesmo de demissão, conforme ocorreu no município de Barra do Corda. Uma “força tarefa” nunca vista na educação do Maranhão foi montada em caráter de urgência pelo governo. A maioria das escolas foi ocupada por técnicos da SEEDUC (Secretaria de Educação) para desempenhar uma função não prevista na LDB, a de capataz de governo. O estado de exceção foi instalado. Grevistas estão sendo tratados com quadrilheiros, alunos como detentos e as escolas como presídios. Correntes e cadeados novos impedem alunos de sair e professores grevistas de entrar nesses recintos públicos. Muitos professores estão acuados, outros aterrorizados, alguns foram internados com crise de nervos. Tudo isso deveria ser suficiente para a direção do SINPROESEMMA (CTB) excluir do Estatuto do Educador a famigerada Avaliação de Desempenho, sob pena de essa mesma avaliação tornar-se o último tijolo da muralha que tenta fazerda escola pública um feudo da oligarquia Sarney.

Ouço, como piada, diretores e os ditos “técnicos” dizerem que, por serem professores, são solidários à nossa luta, mas que, por outro lado, nada podem fazer a não ser cumprir as ordens “supremas”. Solidariedade seria entregar os cargos ou pelo menos se negarem a cumprir ordens punitivas contra colegas de profissão. Mas não! as escolas foram lacradas. Vários professores foram substituídos por outros que não aderiram à greve, numa clara tentativa de jogar a categoria contra a própria categoria. Infelizmente, entre os trabalhadores há aqueles que se submetem a situações humilhantes e indignas. Mas há aqueles, uma maioria absoluta, que trazem nas veias o sangue lutador. Continuam nas ruas, fazendo aquilo que podem, enfrentando diretores, jornalistas reacionários e as ameaças de exoneração. Até a principal BR do Maranhão foi bloqueada no intuito de desbloquear as negociações emperradas pelo autoritarismo neofacista do governo do Estado. A greve de uma categoria foi transformada em guerra de classe. Gostaria de saber aonde os “coveiros” da luta de classe, especialmente os pós-modernos, irão enfiar suas caras e teorias? Neste contexto, a razão comunicativa da sociedade dialógica de Habermas não passa de um cadáver fantasmagórico, morto pela realidade concreta, apesar de existir apenas como idealismo infantil no mundo capitalista. Repito, essa greve é uma guerra de classe contra classe.

Vergonhoso também é o papel que o PT e a CUT do Maranhão assumem nesse mesmo cenário. E preciso lembrar que o PT é parte desse governo, tem o vice-governador e alimenta a caneta de Roseana Sarney com o sangue de nossa classe. A CUT se esconde e não lança uma única nota em apoio à greve dos professores. Na verdade, lideranças históricas da CUT e do PT estão envolvidos até a medula nos casos de corrupção da FAPEMA do INCRA. Assim, como a categoria enterrou simbolicamente a governo de Roseana Sarney no ultimo dia 15/04 (quinta-feira), aos militantes desse PT um gesto importante para a greve seria se desfilarem em massa desse partido, desenterrando-o dos seus corações e mentes.

E lamentável ver tamanha covardia com uma categoria de homens e mulheres que passam mais tempo com os filhos da comunidade onde estão localizadas suas escolas do que com seus próprios filhos. É lamentável ouvir jornalistas como Roberto Fernandes que sempre nutriu uma grande simpatia da classe trabalhadora desse estado reproduzindo fielmente o discurso criminalizador de seus patrões da Mirante. Espero que o espírito desse camarada não esteja assombrado pelos “fantasmas” que rondam a Assembléia Legislativa do Maranhão? Na verdade, não são apenas os educadores que estão na alça de mira desse governo, mas a juventude de periferia que igualmente clama por uma educação de qualidade. “Prefiro ficar com sede até o final do horário do que beber essa água com gosto de esgoto”, assim desabafou uma aluna da escola Paulo XVI após aderir ao ato dos professores no bairro Cidade Operária. Não tenho dúvida que aqueles que negam uma educação de qualidade para esses jovens são os mesmos que entopem os bairros de periferia com crak, merla e armas. Essa é a politica de mão dupla do governo Roseana para a juventude pobre e negra. Os familiares dos 18 massacrados em Pedrinhas que os digam.

Eu, particularmente, não acredito na possibilidade de universalização da educação pública no capitalismo, nem muito menos que a educação irá resolver os graves problemas estruturais desse modo de produção. Na hierarquia de organização da sociedade capitalista a escola é um importante espaço de disputa por poder, mas não é dela que emana o poder dos que controlam a sociedade como um todo. No entanto, entendo que a luta por uma educação pública de qualidade é uma tarefa que não devemos abrir mão de jeito algum, especialmente num estado como o Maranhão que ocupa os mais baixos IDH’s do Brasil. A luta por uma educação libertadora deve ser parte da luta por uma sociedade de homens e mulheres livres. Por isso continuo orgulhoso em ser professor da escola pública e de, juntamente com outros (as) companheiros (as), dedicar uma parte preciosa de minha vida para lutar por uma educação pública e de qualidade, no que pese todo e qualquer tipo de retaliação.

por Hertz Dias, graduado em História, mestre em educação e militante da CSP Conlutas-MA.

sábado, 16 de abril de 2011

A GREVE DOS PROFESSORES É POLÍTICA, SIM SENHORES

É assim em todas as greves dos trabalhadores. Quando o governo perde os argumentos eles lançam à máxima: a greve é política ou ela é feita por aqueles que ainda não saíram do palanque. Isto aconteceu na greve dos cem dias no governo Jackson Lago quando os professores lutavam para derrubar a Lei do Cão. Naquele momento os membros do Governo Jackson diziam: esta greve é política e articulada pelos membros da família Sarney. Nós dizíamos: não senhores, esta greve é dos trabalhadores e não vamos baixar a cabeça pra nenhum governo. Eles confundiam a cobertura oportunista do sistema Mirante favorável a greve. Esta afirmativa se confirma agora. Leiam os noticiários da Mirante. Tudo o que eles defendiam no passado, agora negam. Lembro-me que numa das reuniões de negociação em que participei, representando os servidores da Assembléia Legislativa, com o Chefe da Casa Civil Aderson Lago ele disse diretamente a mim: “Noleto sai do palanque, a eleição já terminou”. Para estes senhores o povo deve elegê-los e esperar quatro anos para reclamar de sua política, quando estiverem a frente de uma urna eletrônica, o xodó da democracia burguesa, mesmo que esta política seja de massacre ou de retirada das conquistas históricas dos trabalhadores. Eu respondi Aderson: “Este era o discurso de Roseana no passado quando os trabalhadores iam à rua questionar sua política governamental”. Como se vê, na atualidade, o discurso dos dois defensores do projeto burguês se igualam ao longo do tempo.

Se vocês leram com bastante atenção o primeiro parágrafo a palavra política de governo aparece repetida vezes. Não podia ser diferente, já que a decisão de Jackson na época e a de Roseana na atualidade não é divina ou sobrenatural, é política. Como então devem responder os trabalhadores quando uma política de governo os ataca. A meu ver com ação política e, a greve é uma ação política secular dos trabalhadores.

Já sei o que vão me dizer aqueles que defendem que a greve é política, pois estão presentes elementos que pertencem a partidos políticos. Respondo: mesmo se a greve não fosse autônoma em relação aos partidos políticos, o que não é o caso, o termo greve política estaria correto. Respondam por acaso se a decisão política, tomada pelo governo Roseana, de não atender os interesses dos trabalhadores da educação é uma decisão pessoal ou é parte do programa de governo que envolvia treze partidos políticos, entre estes o partido dos trabalhadores e o PMDB. Professores daqui pra frente quando lhe acusarem de que a greve é política, respondam em alto e bom som: “sim senhores, a greve é política”

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Greve dos professores "pega fogo"

Professores bloqueiam BR para chamar atenção da sociedade e pressionar o governo de Roseana Sarney (PMDB/PT)







            Suportando bravamente mais de 40 dias de terrorismo do governo Roseana Sarney(PMDB/PT), os professores do estado do Maranhão decidiram radicalizar as ações do movimento grevista para chamar atenção da sociedade e pressionar o governo a encontrar uma saída negociada para a greve que implica atender a pauta de reivindicação da categoria que envolve 21 pontos dentre os quais a aprovação do Estatuto do Educador. Os últimos dois dias (13 e 14/04) foram muito importantes: dia 13 (quarta-feira) foram desenvolvidas blitz nas escolas do bairro da cidade operária que congrega um número significativo de escolas. O saldo foi muito positivo. A maioria das escolas que funcionavam parcialmente com professores contratados e/ou recém-nomeados estavam  todas com correntes e cadeados novos nos portões. Na escola Paulo XVI os alunos se levantaram contra a direção da escola, exigiram a abertura dos portões e saíram em passeata pelas ruas do bairro em direção à outras escolas juntamente com os professores. Uma equipe de filmagem da SEEDUC (secretaria de Educação) acompanhava passo a passo as ações do movimento na tentativa de intimidar professores.
              Na manhã da quinta feira (14/03) cerca de dois mil professores da capital e do interior do estado atearam fogo em pneus e bloquearam por aproximadamente três horas na BR 135 provocando um congestionamento de cerca de 70km. Após a liberação do trânsito muitos motoristas buzinavam e acenavam positivamente para os grevistas. Esse gesto mostra que a maioria da população não está sendo convencida pelos bombardeios cotidianos da mídia sarneísta que criminaliza o movimento e ameaça os professores. Na tarde desse mesmo dia uma passeata de professores, alcunhada de “Marcha Fúnebre”, tomou conta do centro de São Luís para realizar o enterro simbólico de Roseana Sarney em frente ao palácio do governo.
              Diante destes acontecimentos a TV Mirante, controlada pelo grupo Sarney, e a TV Difusora, controlada pelo grupo Lobão, que até então faziam vista grossa ao movimento, tiveram que fazer uma “dobradinha compulsória” de ambos os atos. A TV Mirante cobriu, ainda que de forma distorcida, o fechamento da BR 135, enquanto a TV Difusora foi obrigada a mostrar a passeata da tarde, o congestionamento do trânsito e o enterro simbólico de Roseana Sarney. Nós da CSP CONLUTAS seguiremos firmes até o final dessa greve e conclamamos a todos os professores e alunos a fazer o mesmo, pois o terrorismo que o governo Roseana Sarney tem praticado contra nossa categoria reflete o desespero que esse grupo politico/oligárquico (PMDB) “abençoado” pelo PT (vice-governadoria) está vivendo diante da brava resistência de nossa categoria.


VIVA A LUTA DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO!
CSP CONLUTAS DO MARANHÃO!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma GREVE em defesa da Educação Pública e contra as mentiras do Governo de Roseana Sarney (PMDB/PT)

A educação pública do estado do Maranhão enfrenta a mais importante greve dos últimos anos. Uma greve em defesa da aprovação e implementação do Estatuto do Educador e de mais 21 pontos de uma pauta que objetiva fazer com que a nossa educação pública abandone as últimas posições que tem ocupado no ranking de avaliações nacionais. Mas, ao mesmo tempo, esta é uma greve que enfrenta um governo que gasta milhões mentindo descaradamente para jogar a população contra os trabalhadores da educação. Esses motivos por si só já seriam suficientes para que nenhuma escola estivesse funcionando.


Ministrar ou assistir aulas no atual contexto em nada contribuirá para melhorar a qualidade de ensino, pelo contrário, apenas legitima as mentiras de Roseana Sarney e Olga Simão que só agora se dizem preocupadas com a regularização do calendário escolar de 2011. Em 2010, por exemplo, não houve greve. Então quem desorganizou o calendário? Foi esse governo irresponsável que atrasou o início das aulas em mais de dois meses simplesmente para favorecer a candidatura do então Secretário de Educação e hoje deputado estadual César Pires (DEM). Esquecem também dos 15 dias perdidos na falaciosa e desorganizada formação continuada ocorrida em outubro doano passado que nos custou o falecimento de uma professora na escola Liceu Maranhense.


Roseana Sarney e Olga Simão mentem quando comparam o salário de um mprofessor com nível médio em início de carreira no Rio Grande do Sul com o salário de um professor com nível superior e mais de 20 anos de carreira do Maranhão. Fazem isso para convencer a população de que o atendimento de nossas reivindicações é absurda e desnecessária, afinal de contas os professores do Maranhão não recebem o melhor salário do Brasil e os alunos não estudam nas melhores escolas? Ministrar ou assistir aulas nesse contexto significa legitimar essas calúnias.


O governo do Estado tem ainda o cinismo de financiar falsas entidades do movimento estudantil para fazer campanha contra os professores. Perguntamos a você aluno (a): quantas vezes essas mesmas entidades denunciaram o governo do Estado pelo descaso que impera na maioria das escolas? Muitas das quais sem a mínima condição de funcionar, seja por falta de estrutura, seja por falta de professores. Roseana Sarney ataca a educação pública por um lado e alicia entidades estudantis por outro.


Professores e alunos, a vitória da educação pública de qualidade depende de sua decisão de fortalecer o movimento grevista, já ao governo interessa a sua presença em sala de aula para amparar suas mentiras e enfraquecer a nossa luta.

domingo, 10 de abril de 2011

10 motivos para manter a greve dos professores

A CSP CONLUTAS entende que os ataques do governo Roseana Sarney (PMDB/PT) contra os trabalhadores em educação é conseqüência do desespero de uma oligarquia que tenta recompor suas bases políticas saqueando os cofres públicos e desrespeitando direitos garantidos. Neste sentido, apresentamos abaixo dez motivos para que o movimento grevista continue até que o governo atenda ponto a ponto a nossa pauta de reivindicação.

1) O Maranhão continua ocupando as últimas posições em qualidade de educação pública. No entanto, apesar de ser o penúltimo em investimentos per – capita segundo o “Estudo Comparativo das Despesas Públicas dos Estados Brasileiros” o resultado obtido é superior ao esperado, isso implica dizer que os educadores estão fazendo a sua parte, falta o governo fazer a sua.

2) Regularizar o calendário escolar. Esse objetivo só será alcançado mediante a aprovação e implantação do Estatuto do educador. Sem essa prerrogativa será impossível evitar novas greves ou paralisações, o que mostra que a “preocupação” do governo com a regularização do calendário escolar é uma grande falácia. Em 2010 não houve greve, então quem desorganizou o calendário? Ora, foi esse governo irresponsável que atrasou o início das aulas em quase dois meses simplesmente para favorecer a candidatura do então Secretário de Educação e hoje deputado estadual César Pires. Por outro lado, Roseana Sarney se nega a efetivar os professores concursados impossibilitando muitas escolas de iniciar o ano letivo.

3) Ministrar aulas no atual contexto de ataques do governo contra a categoria em nada contribuirá para melhorar a qualidade da educação pública, pelo contrário, apenas legitima as mentiras de Roseana Sarney e Olga Simão.

4) Decretar o fim da greve sem nenhuma conquista e sem uma única reunião entre o governo e o sindicato é um grave erro político que implicará na total desmoralização da categoria.

5) É igualmente incorreto abandonar um movimento que o próprio governo reconhece que conseguiu atingir mais de 70% das escolas.

6) Se o governo negociou com a polícia civil, por que não negociar com os professores? É obvio que o governo (PMDB/PT) sabe que somos a categoria mais numerosa do estado e a educação pública possui o maior orçamento. Em outras palavras, o governo quer fazer caixa 2 com a verba destinada a educação. Nenhum governo tem o direito de fazer acepção de categorias.

7) Apesar do apoio incondicional de Dilma, o governo Roseana Sarney está mais do que desmoralizado. Os casos de corrupção na FAPEMA e no INCRA, o caos instalado na saúde, na segurança pública e no aeroporto do Tirirical são provas cabais disso. É o governo quem está na defensiva, sair da greve nessas condições é outro erro gravíssimo.

8) Devemos manter a greve também para preservar o direito de greve que tem sido permanentemente atacado em nosso estado. Mais do que confiar no STF a categoria deve confiar em suas próprias forças e nas suas mobilizações como instrumentos de garantir conquistas.

9) Ainda ontem a presidente Dilma Rousseff anunciou aumento de impostos. Isso quer dizer que nossos salários perderão mais ainda o poder de compra.

10) A greve deve ser mantida e redimensionada. O diálogo com a sociedade, especialmente com os alunos e os pais de alunos devem ser intensificados, bem como a construção imediata do comando de base e as comissões de negociações. Contra um governo autoritário o melhor remédio é a construção de um movimento em que a democracia prevaleça em todas as suas instâncias.

sábado, 9 de abril de 2011

Professores do Estado resistem às ameaças de Roseana Sarney e Olga Simões e deliberam pela continuidade da greve


Foi emocionante! Esse foi o sentimento que tomou conta dos mais de dois mil professores presente na assembléia da categoria realizada pelo SINPROESEMMA na tarde de ontem (07/03) no auditório do FETIEMA. De fato, a decisão de manutenção da greve, transcorridos 38 dias após sua deflagração, foi um ato de coragem e, sobretudo, uma demonstração de amadurecimento político de uma das mais aguerridas categorias de servidores públicos do Brasil.

O governo Roseana deu um tiro no pé. Acreditava equivocadamente que a categoria recuaria após a manutenção do julgamento da ilegalidade da greve. Também não bastou o criminoso bombardeio da mídia sarneísta e o assédio moral dos diretores de escolas contra os professores em greve. Nem mesmo a nota lançada na imprensa pela secretária de Educação Olga Simão ameaçando exonerar professores surtiu o efeito esperado. As mais diferentes correntes politicas organizadas no interior da categoria expressaram, em suas falas, o desejo pelo fortalecimento da unidade do movimento grevista.

Nós da CSP Conlutas também manifestamos essa necessidade, sem, contudo, abrir mão de nossas posições politicas, sobretudo no que se refere à necessidade de ampliar a COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO e construção imediata do COMANDO DE BASE. Também salientamos que a direção do SINPROESEMMA (PC do B/ CTB) deve promover urgentemente um debate sobre o Estatuto do Educador, pois dentre outros pontos críticos, somos completamente contra a Avaliação de Desempenho baseada em critérios produtivistas e meritocráticos que o BANCO MUNDIAL e o governo Dilma impõem e os companheiros da direção do Sindicato, equivocadamente, defendem.

Nesse debate, reafirmamos que o inimigo maior da categoria é o governo do Estado, contra o qual devemos concentrar todas as nossas forças. Para reforçar essa posição distribuímos um panfleto intitulado “Dez Motivos Para Manter a Greve”

UMA PASSETA SURPRESA EM UM DIA VITORIOSO

Reoxigenados pelas intervenções e indignados pela postura autoritária do governo (PMDB/PT) que até então se negava a negociar com a categoria, os professores decidiram, por consenso, sair em caminhada em direção à Secretaria de Educação do Estado.  O governo, que acreditava no fim da greve, foi pego de surpresa com a chegada da “multidão enfurecida”. Não havia alternativa a não ser receber a COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO.

Outra conquista da categoria foi o recuo da direção do SINPROESEMMA em acatar a exigência da base em incluir membros da oposição na COMISSÃO DE NEGOCIAÇÃO, inclusive da CSP-CONLUTAS. É certo que não houve avanço nas negociações, pois o governo impõe que só negocia com o fim da greve, mas a categoria ratificou que só sai da greve com o atendimento da pauta de reivindicação.

A verdade é que, por meio da pressão que veio da assembléia e das ruas, o governo desconstruiu seu próprio discurso de que não sentaria com o movimento por que o mesmo era ilegal. Um precedente foi aberto.

NENHUMA CONFIAÇA NO JUDICIÁRIO, AS RUAS É NOSSA TRINCHEIRA MAIS SEGURA

Os professores da CSP-CONLUTAS alertaram a categoria de que não devemos depositar nenhuma confiança no judiciário que tem criminalizado o direito de greve em todo o território nacional e, sobretudo, no Maranhão onde a maioria dos juízes atua como “vassalos de toga”’ do grupo Sarney. Todas as últimas greves de professores da rede estadual e da municipal, foram consideradas ilegais, inclusive a histórica greve de mais de 100 dias em 2007 contra a “lei do Cão”, do então governador Jackson Lago do PDT.

Criticamos também como absurda a decisão do desembargador Marcelo Carvalho Filho em enquadrar a educação pública na Lei 7.783/89, exigindo a manutenção de 30% dos serviços funcionando. Isso evidencia que a decisão pela ilegalidade da greve foi notadamente política.

A lição que fica é que foi com professores nas ruas que arrancamos a primeira reunião negocial com o governo Roseana e será nas ruas que a categoria dobrará Olga Simão, Roseana Sarney e o próprio judiciário subserviente.