sábado, 16 de abril de 2011

A GREVE DOS PROFESSORES É POLÍTICA, SIM SENHORES

É assim em todas as greves dos trabalhadores. Quando o governo perde os argumentos eles lançam à máxima: a greve é política ou ela é feita por aqueles que ainda não saíram do palanque. Isto aconteceu na greve dos cem dias no governo Jackson Lago quando os professores lutavam para derrubar a Lei do Cão. Naquele momento os membros do Governo Jackson diziam: esta greve é política e articulada pelos membros da família Sarney. Nós dizíamos: não senhores, esta greve é dos trabalhadores e não vamos baixar a cabeça pra nenhum governo. Eles confundiam a cobertura oportunista do sistema Mirante favorável a greve. Esta afirmativa se confirma agora. Leiam os noticiários da Mirante. Tudo o que eles defendiam no passado, agora negam. Lembro-me que numa das reuniões de negociação em que participei, representando os servidores da Assembléia Legislativa, com o Chefe da Casa Civil Aderson Lago ele disse diretamente a mim: “Noleto sai do palanque, a eleição já terminou”. Para estes senhores o povo deve elegê-los e esperar quatro anos para reclamar de sua política, quando estiverem a frente de uma urna eletrônica, o xodó da democracia burguesa, mesmo que esta política seja de massacre ou de retirada das conquistas históricas dos trabalhadores. Eu respondi Aderson: “Este era o discurso de Roseana no passado quando os trabalhadores iam à rua questionar sua política governamental”. Como se vê, na atualidade, o discurso dos dois defensores do projeto burguês se igualam ao longo do tempo.

Se vocês leram com bastante atenção o primeiro parágrafo a palavra política de governo aparece repetida vezes. Não podia ser diferente, já que a decisão de Jackson na época e a de Roseana na atualidade não é divina ou sobrenatural, é política. Como então devem responder os trabalhadores quando uma política de governo os ataca. A meu ver com ação política e, a greve é uma ação política secular dos trabalhadores.

Já sei o que vão me dizer aqueles que defendem que a greve é política, pois estão presentes elementos que pertencem a partidos políticos. Respondo: mesmo se a greve não fosse autônoma em relação aos partidos políticos, o que não é o caso, o termo greve política estaria correto. Respondam por acaso se a decisão política, tomada pelo governo Roseana, de não atender os interesses dos trabalhadores da educação é uma decisão pessoal ou é parte do programa de governo que envolvia treze partidos políticos, entre estes o partido dos trabalhadores e o PMDB. Professores daqui pra frente quando lhe acusarem de que a greve é política, respondam em alto e bom som: “sim senhores, a greve é política”

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